Terapia BEMER auxilia, como tratamento complementar, nos

sintomas do autismo

 

Atualizado: 15 de fev. de 2021

Médicos já usam a terapia BEMER no Brasil como tratamento complementar do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) - síndrome crônica, mas que pode ter seus sintomas minimizados. As experiências com o equipamento durante as aplicações, promovem a redução de sintomas comportamentais e também metabólicos, especialmente os relacionados a neurotoxicidade cerebral e neuroinflamação. Os pacientes apresentam melhora após a regulação do fluxo das células intestinais, pois com o tratamento, as cargas elétricas emitidas nas sessões ajudam a selar o intestino das crianças, diminuindo o processo inflamatório. 

As informações são da Médica Psiquiatra Jaqueline Albieri Vieira de Mattos, de Londrina-PR, palestrante da BEMER Brasil do mês de maio. Para ela, a síndrome é tratável e, em alguns casos, até recuperável. 

A médica paranaense trabalha com o autismo desde 2015 e diz que, antigamente, o autismo era considerado uma doença neuropsiquiátrica e, atualmente esse conceito tem sido modificado. “É um quadro genético e epigenético ambientalmente estimulado. Uma patologia imuno- tóxica- metabólica que também afeta o cérebro. Assim sendo, é possível dar qualidade de vida às crianças ao reduzir a neuroinflamação intestinal”, explica. 


Depois do uso contínuo e adequado do equipamento, a Dra. Jaqueline observou mudanças no sono e no comportamento de crianças com TEA, além de uma expressiva melhora na absorção de nutrientes no intestino. Outros profissionais médicos falam até em crescimento do desenvolvimento Estaturo-Ponderal dos pacientes infantis, devido a uma melhor absorção dos nutrientes decorrente de uma melhor atuação intestinal. Se este sistema todo começa a ser desinflamado, a desinflamação cerebral também acontecerá. 


É certo que, ao modificar o funcionamento diário intestinal, a terapia BEMER atua em diversas vertentes das células. Há crianças, por exemplo, com alterações hepáticas que precisam passar pelo processo de detoxificação por neuromodulação, levando o cérebro a receber menos toxinas e a desinflamar, explica a médica. 


“Cada criança tem um gatilho diferente de autismo. São perfis e parâmetros diferentes, por isto o tratamento não é uma ‘receita de bolo’. Temos que individualizar e entender o que cada um tem de manifestação da doença; avaliar tudo com exames laboratoriais, dosagens de vitaminas e nutrientes, investigações imunológica e metabólica, exames de imagens... É uma ‘corrida’ contra o tempo antes da poda neuronal”, esclarece. 


Os aspectos principais do autismo são: déficit em interação e comunicação social, comportamentos e interesses fixos, repetitivos e restritivos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os sinais mais evidentes da síndrome estão na forma de manusear os brinquedos; a busca por coisas que estimulam a questão sensorial; o interesse muito grande por objetos e não por pessoas; o choro ou risada fora de contexto; a reação de possessividade das coisas; a dificuldade com a mudança de rotina; a falta de noção de perigo das coisas, entre outros.


Protocolos de aplicação do BEMER 

Os protocolos de aplicação da terapia BEMER no tratamento de doenças variam muito e no caso de crianças, os cuidados são ainda maiores. A Dra. Jaqueline Mattos sempre inicia as sessões com a intensidade mais leve e a modifica de acordo com os resultados obtidos em um determinado período.

Na parte cognitiva de crianças autistas, fazer o tratamento pode ser muito benéfico principalmente para aquelas com atrasos cognitivos importantes. “A terapia veio para ajudar nos tratamentos e os resultados que tenho no meu consultório são muito positivos, quando a terapia é associada a outros tratamentos. É uma boa técnica para desinflamar o intestino que melhora a vida das crianças e dos pais, porque aumenta o nível de autonomia e independência dos filhos que é, sem dúvida, o maior sonho deles”, ressalta. 


Além das crianças autistas, a médica também aplica a terapia BEMER dentro da neuropsiquiatria em pacientes que apresentam quadros de insônia, neuroinflamação psiquiátrica (depressão e ansiedade), fibromialgia e nas patologias de conexão intestino e cérebro. Ainda de acordo com a médica psiquiatra, estudos mostram alterações positivas nos neurônios através da terapia BEMER e, até, de crescimento deles. 


A distribuidora oficial da BEMER no Brasil, Nancy Tolardo Mooser, diz que a Terapia Física Vascular BEMER, por meio de suas ondas eletromagnéticas, auxilia na prevenção, regeneração e também, de forma complementar, no tratamento de diversas doenças.


TEA é estudado há mais de 100 anos

Os diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) cresceram de maneira exponencial nas últimas décadas. O fato é que o número de casos aumentou muito e o motivo pode não ser apenas a mudança de avaliação dos médicos.


Segundo o um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, um distúrbio no desenvolvimento cerebral. É considerado uma síndrome, sendo assim uma condição permanente que diferente das doenças, não têm cura. Por conta disto, pesquisadores da UFRGS dizem que o tratamento da é baseado em um conjunto de terapias multidisciplinares, que reduzem os prejuízos das manifestações e à exposição da criança a estímulos que intensificam o seu neurodesenvolvimento. 


Apesar das discussões recentes, os estudos em torno do tema iniciaram há mais de 100 anos. De acordo o portal “Autismo e Realidade”, criado em 2010, o termo autismo surgiu em 1908 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, para descrever a fuga da realidade para um mundo interior observado em pacientes esquizofrênicos. O site lista outros marcos importantes, veja abaixo: 


1943: O psiquiatra Leo Kanner publicou a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, descrevendo 11 casos de crianças com isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação das mesmices. 


1944: Hans Asperger escreve o artigo “A psicopatia autista na infância”, destacando a ocorrência preferencial em meninos. 


1952: A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1. Referência mundial para pesquisadores e clínicos do segmento. 


1965: Diagnosticada com Síndrome de Asperger, Temple Grandin cria a “Máquina do Abraço”, aparelho que simulava um abraço e acalmava pessoas com autismo. 


1978: O psiquiatra Michael Rutter classifica o autismo como um distúrbio do desenvolvimento cognitivo, criando um marco na compreensão do transtorno. 


1980: A definição inovadora de Michael Rutter e a crescente produção de pesquisas científicas sobre o autismo influenciam a elaboração do DSM-3. 


1981: A psiquiatra Lorna Wing desenvolve o conceito de autismo como um espectro e cunha o termo Síndrome de Asperger, em referência à Hans Asperger. 


1988: O psicólogo Ivar Lovaas publica um estudo sobre a análise do comportamento, demonstrando os benefícios da terapia comportamental intensiva. 


1994: Novos critérios para o autismo foram avaliados em um estudo internacional multicêntrico, com mais de mil casos analisados por mais de 100 avaliadores clínicos. A Síndrome de Asperger é adicionada ao DSM. 


2007: A ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo para chamar atenção da população para importância de conhecer e tratar o transtorno, que afeta cerca de 70 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Em 2018, 2 de abril entra no calendário brasileiro oficial como o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo. 


2012: É sancionada, no Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12), que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. É o marco legal relevante para garantir direitos aos portadores de TEA. 


2013: O DSM-5 passa a abrigar todas as subcategorias do autismo em um único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). 


2014: O maior estudo já realizado sobre as causas do autismo revelou que os fatores ambientais são tão importantes quanto a genética para o desenvolvimento do transtorno. 


2015: A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência cria o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que aumenta a proteção aos portadores de TEA.

Fonte: bemerbrasil.com.br